sábado, 25 de maio de 2013

Receita de mulher

 Essa semana, a Bruna me mandou um e-mail com dois anexos com poesias. Até então não ligava muito, na verdade não tinha parado ainda pra ler poesias, mas depois que escutei os audios, parei pra pensar que estava deixando uma parte simplesmente fantástica da literatura. Então ai vai, de Vinícius de Moraes
Receita de Mulher
As muito feias que me perdoem 
Mas beleza é fundamental. 
É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso 
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture 
Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul, 
como na República Popular Chinesa). 
Não há meio-termo possível. É preciso 
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito 
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto 
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora. 
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche 
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso 
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas 
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços 
Alguma coisa além da carne: que se os toque 
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos 
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro 
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e 
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então 
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca 
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência. 
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos 
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas 
No enlaçar de uma cintura semovente. 
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras 
É como um rio sem pontes. Indispensável. 
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida 
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios 
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca 
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas. 
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral 
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal! 
Os menbros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas 
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem 
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. 
É aconselhavel na axila uma doce relva com aroma próprio 
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!). 
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos 
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão 
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre 
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos 
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face 
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior 
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras 
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferencia grandes 
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e 
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão 
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros. 
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos 
Ao abri-los ela não estará mais presente 
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá 
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber 
O fel da dúvida. Oh, sobretudo 
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo 
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade 
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma 
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre 
O impossível perfume; e destile sempre 
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto 
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina 
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição 
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Repeat por mais que a música seja boa, uma hora cansa


   Acordei hoje cedo e a primeira coisa que fiz depois da minha oração matinal, foi olhar o celular na esperança de ter alguma mensagem de boa noite da noite anterior ou de bom dia mandado hoje cedo, mas foram esperanças vãs, não tinha nada. Pensei em mandar um "Olá", mas depois pensei de novo, e, melhor não. É que a saudade que eu sinto de ti é enorme, mas o orgulho é maior ainda. Aí fico nessa, você aparece, me estampa um sorriso no rosto e depois desaparece.
       Qual foi? Pra que esse joguinho todo?! Já ta mais que na cara que a gente ta se gostando. Enrolar pra que? É, eu sou um pouco impaciente, eu sei. Mas é que eu não vejo motivo pra ficar adiando uma coisa que é da vontade dos dois que aconteça. E essa enrolação ta começando a desgastar antes mesmo que aconteça.  É como ouvir a mesma música direto, sem parar, não trocar de faixa, uma hora cansa, enjoa. E, meu amor, quando a gente enjoa de uma música, a gente não aguenta ouvir ela de novo nem tão cedo.
        Então me faz um favor, deixa o joguinho de lado e vem logo, vem enquanto tem tempo. Porque se eu resolver mudar, não vai ser de faixa, e sim de disco.

Pequenos prazeres da vida

   Esse final de semana, estive no retiro de jovens da minha igreja. Entre as programações tinha os intervalos pra gente relaxar e tudo mais, e eu aproveitava a calmaria desses momentos pra ler. E como sempre que eu estou lendo começo a "viajar", comecei a pensar em como tinha tempos que eu não fazia isso. Sentar na calmaria pra ler, só você e a história. Quando não tem mais nada te tirando a atenção e o ambiente é bom, é natural, te faz bem, ai meus queridos, a parada é outra rsrs.
   O que eu quero dizer é que, com o tempo, a medida que a gente cresce, a gente deixa de lado coisas que nos torna mais leves. Aquele momento que eu parei naquele lugar,pra ler aquele livro, me fez parar e ver que estamos deixando de lado o básico, o que realmente importa, que é a leveza. São pequenos prazeres da vida que a gente já não sente mais, seja por falta de tempo, ou de oportunidade ou qualquer outro motivo. Por exemplo, eu sinto falta das férias que eu passava na casa da minha prima quando era menor (num distrito aqui de Itaperuna que não tinha nada, mas só por estar la e passar aquele tempo me divertindo com ela, eu já me sentia feliz), sinto falta de viajar (na moral mesmo, eu AMO viajar), sinto falta dos churrascos da família na roça do meu vô quando juntava os primos, sinto falta também de ficar na cozinha vendo minha vó fazer bolo e ficar esperando pra lamber a vasilha da massa (sim, eu fazia isso) e por ai vai...
  E nessa onda de ficar lembrando dessas pequenas coisas, perguntei há alguns amigos quais era os pequenos prazeres deles e eles me deram as seguintes respostas:
Dani - Brincar de pique-esconde na rua até tarde.
Aldo - Comer uma fruta no café da manhã
Anne - Comer uma torta
Gabi - Ver Bob Esponja
Nath e Marcela - Sair com os amigos
Karol -  passar mais tempo com os amigos de perto e de longe.
 Pra vocês verem como é esse pequenos (porém ao mesmo tempo, enormes) prazeres, realmente fazem uma falta e tanto. Pensando nisso, criarei um tópico sobre e espero que poste com mais frequência. E pra fechar, um outro prazer que ultimamente tenho o privilégio de assistir todo dia:

E por hoje é só. Beijos e até a próxima!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A Real Beleza

Bom, como to meio sem tempo pra postar as coisas, to colocando aqui pra vocês um vídeo que meu amigo Aldo me mostrou, que achei que era interessante e válido postar pra você. É uma espécie de campanha da Dove sobre a real beleza das pessoas, como nos vemos e como outras pessoas nos veem. Sei que nem todos tem paciência pra assistir, mas vale a pena. É bem bacana!
Ta aí o vídeo pra vocês então:



Beijos e até a próxima!!!